EXT4 será padrão no Fedora 11

Se os planos não mudarem, o próximo release do Fedora, a versão 11, tratá como padrão para o sistema de arquivos o novato EXT4. Essa decisão foi feita pelo FESCo (Fedora Engineering Steering Committee).

Com essa decisão o Fedora 11, que deverá sair em maio, passará à frente do Ubuntu 9.04 - Jaunty Jackalope - que deverá sair em abril.

Além do suporte ao ETX4, o Fedora 11 também trará na arvore do kernel o Btrfs, um novíssmo e turbinado sistema de arquivo. As opções aumentam e quem escolhe é você.

Rússia pretende desenvolver uma distribuição nacional

De acordo com o site CNews Russia, o governo Russo pretende desenvolver uma distribuição nacional própria para diminuir a dependência de "licenças de software estrangeiros". O país se focará no Linux e espera ter uma impacto global.

Fedora 10: A Comunidade do Futuro

É um degrau a mais que o blog sobe. Primeiro vídeo traduzido, é o começo um conteúdo mais multimídia além de textos. Espero que gostem.

Para começar, um vídeo lançado pela RedHat Magazine com um bate-papo entre Paul Frields, líder do ProjetoFedora, e Greg DeKoenigsberg, guru da comunidade RedHat sobre o Fedora 10 e suas inovações e etc.


Qualquer correção manda nos comentários!!

Entrevista com Enrico Zini, desenvolvedor do Debian

O site Free Software Foundation Europe fez uma entrevista com um de seus membros, Enrico Zini. Enrico também é um desenvolvedor do Debian e se ocupa com muitas outras coisas. Segue abaixo a tradução. Para correções, manda bala nos comentários.

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Enrico Zini é um Parceiro da FSFE há muito tempo e proeminente desenvolvedor do Debian. Ele esteve envolvido em muitos projetos diferentes relacionados com o Software Livre e está profundamente preocupado com questões sociais. Tive uma boa conversa com Enrico e perguntei-lhe sobre algumas de suas causas favoritas.

Stian Rødven Eide: Você é um colaborador antigo do projeto Debian, especialmente a respeito de pacotes. Você pode nos dizer, brevemente, qual é a sua principal responsabilidade no projeto Debian?

Enrico Zini
: Eu cuido principalmente dos Debtags, um novo sistema de organização para pacotes Debian. Essa é minha principal responsabilidade oficialmente.

SRE: Vários dos seus projetos em Software Livre lidam com dados meteorológicos. O uso do Software Livre em instituições meteorológicas é elevado?

EZ
: As instituições meteorológicas são diversificadas, variando de pequenas estações regionais a estações nacionais e militares, ou até instituições internacionais. A escolha do software depende de muitos fatores, muitas vezes até de fatores políticos. Dito isto, definitivamente vejo uma crescimento do Software Livre com várias estações começando a publicar seus próprios códigos como Software livre. Um dos exemplos mais notáveis é nada menos que a ECMWF, que lançou recentemente a maioria de seus software sob a GPLv3 (note que mesmo quando alguns links mencionam a necessidade de uma taxa de manipulação de £100, na maioria dos casos, o software que você receberá está licenciado sob uma licença livre).

Os Estados Unidos estão agindo melhor, graças às melhores leis de acesso a informações que obrigam a publicação muitas informações governamentais como domínio público, e se você acessar o NOAA (a agência americana equivalente à ECMWF ), você será capaz de baixar tanto o código-fonte quando as informações - freqüentemente publicadas como domínio público. Também por causa disso, os Estados Unidos tendem a usar formatos livres com o HDF5 ou o NetCDF; enquanto na União Européia, por exemplo, a fim de decodificar as imagens do satélite Meteosat, você ainda necessita de uma sórdida biblioteca de descompressão de ondas curtas que é grátis para baixar, até mesmo o código-fonte, então você pode recompilar no seu sistema, mas ela tem uma desagradável licença e está pesadamente sobrecarregada de patentes.

Espero que as recentes mudanças nas políticas de distribuição da ECMWF sejam o primeiro dos vários passos na direção correta e que estamos indo na direção de um sistema onde os cidadãos da União Européia possam acessar as informações que no momento elas precisam pagar para adquirir.

SRE: Você vem apoiando expressamente a presença das mulheres no Projeto Debian. Você sente que a situação das mulheres no Software Livre melhorou durante os últimos anos?

EZ
: Creio que há, ao menos em alguns grupos, uma melhor atitude: é bastante difícil soltar uma piada sexista em alguma das listas principais de email do Debian, e acho que é uma coisa boa. Muito mais importante do que isso é que enquanto as mulheres sempre foram parte das inovações na computação de um jeito ou de outro, agora, mesmo nos projetos em Software Livre, vemos as mulheres assumindo a liderança como, no caso do Debian, entre os desenvolvedores do KDE no Debian ou entre a equipe Debian Game. Isso é muito importante porque uma mulher numa sociedade machista como, digamos, a Itália, pode ver que sim, isso pode ser feito e pode, portanto, perseguir seus próprios interesses sem acreditar que ela é "louca" ou em qualquer outra coisa que a sociedade machista gostaria que ela acreditasse.

Dito isso, há muito trabalho a se fazer. Alguns grupos de alto nível estão fazendo direito e podem criar um exemplo importante, mas ainda existem muitos grupos pequenos, mais locais, onde a situação está terrível.

SRE: O que você acha que podemos fazer para tornar o envolvimento em projetos de Software Livre mais atrativo para as mulheres?

EZ
: Digamos que, por exemplo, estou num canal italiano do Debian no IRC e as pessoas estão conversando com piadas sexistas, aí eu digo "Parem com isso, seus idiotas, o que vocês acham que as pessoas do DebianKDE diriam lendo o que vocês acabaram de escrever?"

Entretanto, acho que o sexismo é um dos muitos tipos de discriminação que podem existir. Definitivamente, é uma discriminação claramente visível. Mas alguns projetos podem ter, talvez não intencionalmente, discriminação contra pessoas que não estão sempre no IRC, ou contra pessoas que não são positivas o suficiente nas listas de email, ou contra pessoas com internet lenta, ou contra colaboradores não técnicos. Às vezes até mesmo pessoas em fusos-horários diferentes podem ser discriminadas. Acredito que deveríamos evoluir na direção de uma atitude que nos permita fazer dos projetos em Software Livre algo mais atrativos para as mulheres, e também para todos que possam ser um colaborador valioso.

SRE: Você é co-autor de um estudo amplamente baseado em experiências da Keynes High School, em Bologna, que adotou cedo o Software Livre. Você, inicialmente, era um estudante na escola e e acabou se envolvendo como um professor ocasional, pesquisador e apoiador do sistema. Apesar da resistência inicial, houve grandes dificuldades na implementação do Software Livre na escola?

EZ
: Até agora, as únicas dificuldades que sobraram são os professores. Alguns estão motivados para usar Software Livre e fazem coisas ótimas. Mas a maioria dos professores vem aprendendo a usar o Microsoft Office e temem que se eles usarem outro ambiente, seu processo de aprendizagem será inútil (o que é falso), ou que os estudantes terão mais confiança do que o professor a não ser que os professores usem a suíte que eles conhecem melhor (o que também é falso; sempre haverá alunos mais confiantes do que os professores com QUALQUER suite de software). Portanto, esses receios de não ser adequado para ensinar acabam transformando o "software diferente" num bode expiatório. A escola teve de manter um laboratório Microsoft Office extra - e custoso - para resolver essa situação.

Mas a experiência na Keynes não acabou. Por exemplo, recentemente deram uma nova vida ao laboratórios antigos com um pequeno investimento graças às configurações LTSP, e quando outras escolas com pequenos orçamentos viram isso, elas pediram aos técnicos da Keynes para ajudá-las a fazer o mesmo. E agora temos várias escolas primárias e secundárias espalhadas na zona rural de Bologna que estão rodando Software Livre e estão muito felizes com seus antigos laboratórios de máquinas Pentium II que se tornaram estações de trabalho modernas com um mero investimento de 4 ou 5 mil euros num novo servidor LTSP. Isso realmente mostra as promessas do Software Livre acontecendo de verdade: Uma vez que você pega pessoas habilidosas e coloque-as no controle da tecnologia, os problemas se resolvem.

SRE: Qual é o seu conselho para professores e administradores de sistemas que querem expandir o uso do Software Livre em escolas e universidades?

EZ
: Meu maior conselho é achar outros professores e administradores de sistemas que já fizeram isso e manter contato. O que mais ajuda é saber que você não está sozinho. Você pode compartilhar os seus problemas e especialmente as soluções. Fazer uma lista de emails privada para anúncios e combinar com todos para postar todos os problemas que precisam resolver, todas as coisas legais que conseguiram fazer. Assim, se outros tiverem um problema parecido, saberão a quem perguntar.Digo privada pois algumas vezes para fazer coisas legais, você precisa pensar maliciosamente, e você não quer que as pessoas não digam que elas fizeram algo bom porque temem que isso seja indexado pelo Google. Ou ainda melhor: se as pessoas têm preguiça para escrever, organizar reuniões regulares com outros professores ou administradores que têm a mesma idéia com cerveja, vinho ou qualquer outra coisa parece uma boa idéia.

SRE: Você participou de várias edições do European Social Forum e até iniciou o Bologna Free Software Forum. Você vê uma ligação entre esse tipo de espaço social e o modo como as comunidades do Software Livre funcionam em geral?

EZ
: Certamente vejo uma ligação porque ambas comunidades quebraram barreiras. No Debian, temos pessoas que trabalham em corporações, talvez algumas em ambientes militares, temos ativistas políticos, anarquistas e temos pessoas profundamente religiosas. Todas essas pessoas trabalham juntas no Debian, talvez jamais se dariam bem na vida real. Mas isso mostra que já existe espaço para quem vem dos fóruns sociais nas comunidades de Software Livre e, por experiência própria, esse espaço não está vazio, ou seja, já existe uma sobrecarga. Quem diria que alguém na Equipe de Segurança no Debian não teria adquirido conhecimento por cuidar da segurança de servidores de email usados por ativistas políticos, por exemplo?

Um grande problema que vejo no momento, ao menos em alguns grupos que conheço na Itália, é o problema de criar um melhor entendimento da Internet em ambientes de fóruns sociais. As pessoas de um exemplo imaginário "Liga do Fazendeiros Orgânicos", teriam trabalho suficiente para fazer do que ter que aprender a separaremails normais de spam ou phishing , por exemplo, ou planejar a migração para Software Livre. Ativistas costumam viver ocupados ao limite de enlouquecer e isso normalmente prejudica a adoção de novas tecnologias ou do Software Livre ou de novas técnicas de comunicação - o que é uma vergonha.

SRE: Você acha que a mentalidade e métodos do Software Livre podem nos ensinar sobre interação social e política?

EZ
: Acho que ele nos ensina a manter em mente os nossos objetivos. Eventualmente, o software resolve um problema, mas se você apenas passar seu tempo fazendo algo complexo que não funcione, você não se torna um desenvolvedor de Software Livre. Interações sociais e políticas têm, por experiência própria, uma tendência de criar sistemas que se tornam complexos, onde as discussões sobre uma questão social eventualmente acabam em discussões sobre o grupo em si, ou se tornam nada mais do que discussões, discussões e não se chega a lugar algum. Assim como no Debian nós temos ativistas e pessoas que trabalham em corporações trabalhando junto, no protesto de Genoa, em 2001, chamei tanto grupos de anarquistas quanto escoteiros para fazer o protesto porque ambos queriam a mesma coisa. Gostaria de ver isso de novo. Essa cooperação ainda está viva no mundo do Software Livre e talvez isso sirva de inspiração.

SRE: Um dos projetos decorrentes do Bologna Free Software Forum é o Comodino, que preconiza a critica ao consumo de produtos de TI. Ele envolve pensar em termos de sustentabilidade e ética quando adquirir produtos de TI, o que, obviamente, é um forte argumento para escolher o Software Livre. Como o projeto está indo?

EZ
: O projeto ainda está vivo e está cumprindo o seu papel. Provavelmente, apenas obtivemos uma mudança cultural limitada a respeito da tecnologia entre nossos usuários, principalmente porque a manutenção do servidor tem nos mantido ocupados o suficiente para sermos capazes de participar de outras iniciativas. Entretanto, estamos hospedando 50 websites e incontáveis listas de email, dando a vários grupos uma chance para ter presença online, sem propagandas em suas listas de emails , com acesso aos arquivos da lista e todos esses benefícios indescritíveis de ter um sistema gerenciado por pessoas que gostariam de ter, como você, sucesso em seu objetivo social ao invés apenas pegar o seu dinheiro e minimizar os problemas. Nós também estamos fazendo a transmissão de uma rádio real e algumas rádios online.

SRE: Portanto, o objetivo primário é fornecer serviços para projetos sociais?

EZ
: Sim. No fim das contas, é um servidor Xen com DNS, Postfix, Sympa para listas de emails e um LAMP DomU hospedando vários pequenos clones PostNuke, ou qualquer outro PHP horrível que as pessoas gostam de criar hoje em dia. Mas, humildemente, ele funciona para muitos grupos pequenos.

Fonte: ciaran@Fellowship of FSFE

O computador doméstico em 2004 (como imaginado em 1954)

Essa é sensacional. Vendo meus feeds, encontro essa pérola:


[Clique na imagem para ampliar]

Detalhe para a legenda:

Cientistas da RAND Corporations criaram esse modelo para ilustrar como um "computador doméstico" se pareceria no ano de 2004. Entretanto, a tecnologia necessária não será economicamente viável para a maioria dos lares. Além disso, os cientistas admitem de imediato que o computador precisará de tecnologias ainda não inventadas para funcionar, porém, com o progresso científico dos próximos 50 anos, espera-se resolver esses problemas. Com uma interface com um teleimpressor e linguagem Fortran, o computador será de fácil utilização.

O que acharam hein? Precisos, não? Acho que eles hesitaram entre Fortran e COBOL!! É o sonho de todo casemodder!!! Aliás, vou ali trocar a fita da impressora matricial e já volto!!!

Para quem não sabe o que é um "teleimpressor":

Teleimpressor s.m. Aparelho telegráfico, adotado sobretudo em grandes jornais, cujo transmissor de assemelha a uma máquina de escrever comum, e cujo receptor imprime, em lugar de sinais, as letras que formam as mensagens escritas, teletipo. Te.le.im.pres.sor

Juro que tentei achar um sinônimo um pouco mais moderno mas nenhum ficaria na atmosfera da imagem.

Silverlight: lá vem o negão...

Se lembram daquela antiga música (música??) "lá vem o negão"? Sobre um negão que passava o rodo, não importava quem, o importante era ........ marcar presença. Pois bem, o Silverlight é o novo negão. Jogando nas onze, fungando no cangote de todo mundo.

O mais novo acordo para que o Silverlight seja divulgado, depois de firmar acordo com várias transmissoras da olimpíada de Beijin para transmissão on-line usando um player baseado no Silverlight, em detrimento de um Flash player, é a transmissão oficial da posse de Barack Hussein Obama à presidência da República dos Estados Unidos da América. Um evento histórico com um potencial de marketing fantástico.

Enquanto isso, na sala de justiça, a Adobe fica comendo mosca, achando que a sua maciça liderança no mercado está assegurada. Porém, quando o assunto é liderança no mercado, a Microsoft já tem doutorado.

É a água batendo na bunda da Adobe.

A galera do "apenas funcione"

Um das coisas que tenho visto cada vez mais ultimamente é uma atitude "eu quero apenas que funcione". Estranhamente, essa não é uma atitude nova, mas conforme nos expandimos em novos mercados e avançamos por novos grupos de usuários, começamos a encontrar pessoas como essas mais freqüentemente.

Parte dos motivos por trás disso é que já coletamos todos os frutos acessíveis de diferentes tipos de árvores ao longo do caminho. Nós coletamos todos (ou a maioria) os super geeks, administradores de sistemas e os power users. Mas agora, conforme começamos a pegar os consumidores diários normais, começamos a encontrar várias pessoas da galera do "apenas funcione".

Essas são, tipicamente, as pessoas que não querem pensar sobre o que estão fazendo com um computador ou qualquer coisa além de seu trabalho. Elas querem apenas apontar, clicar e que aconteça o que elas querem. Mais ou menos como os botões de apertar mentalmente dos Jetsons.

Eu vi isso não só na conferência de imprensa na da Sandisk, como também na da Samsung, Sony, Toshiba, Panasonic e nos outros grandes estandes da CES. O foco na galera do "apenas funcione" pareceu ser o centro do marketing deles. E advinha? Está funcionando.

E por que estamos reclamando quando as pessoas anseiam por sistemas que são super simplificados? No entanto, agimos como se fosse um pecado herege se alguém realmente queira que uma interface de usuário que seja dinâmica, simples e sem funcionalidades e reconfiguração expandidas. O incrível número de opções reconfiguráveis do KDE é um dos motivos pelos quais eu adoro ele, e odeio o GNOME porque esse nível de reconfiguração está ausente. Mesmo assim, estranhamente, as pessoas gostam. Então, se não se importam em perder algumas ferramentas poderosas em troca de uma maior facilidade de uso, que assim seja.

Esse é uma das coisas que levou as pessoas aos Macs por anos. Essa super simplicidade. Nós, por outro lado, como power users, eu mesmo especialmente, continuamos agarrados na mentalidade de que "deve ter funcionalidades, reconfiguração e opções poderosas". É por isso que o Ubuntu e o Mint são tão populares com os usuários normais, mas o FreeBSD, Arch e Slackware estão em alta com os usuários mais assíduos. Se você gosta das coisas simples, vá por um caminho. Se gosta das coisas mais potentes com grande quantidade de opções configuráveis, vá por outro caminho.

E antes de ser egocêntrico e chamar a galera do "apenas funcione" de idiotas, olhe para si mesmo. Você provavelmente dirige um carro, certo? Se não, apenas me acompanhe nesse exemplo. Você entra no seu carro, gira a chave, acelera e sai dirigindo. Você quer saber como as coisas funcionam sob o capô? A não ser que você goste de mecânica, a resposta geralmente é não.

Você quer que "apenas funcione", apesar dos fanáticos por mecânica espernearem porque os carros modernos "apenas funcionam" e não há mais nenhum esforço real requerido para manter o carro funcionando, além de manter o carro bem abastecido com gasolina, óleo e pneus. Ainda assim, para muitos deles, um carro super simples, especialmente aqueles que você não pode modificar, é um pecado mortal. E mesmo assim você não tem problema com isso.

Mas você vai espernear porque um outro alguém quer a mesma coisa básica, mas numa interface de um computador? Isso é um pouco hipócrita, você não acha? Só porque alguém deseja uma interface super ultra simplificada não significa que a sua "geekcidade" está subitamente ameaçada.

Exemplificando: um dos membros do meu fórum (Monty) teve a gentileza me apontar, recentemente, um erro na minha forma de pensar que surgiu a respeito de um novo netbook que estava sendo lançado. O netbook simplesmente tinha a linha de comando desabilitada, entre uma ampla gama de outras funcionalidades. Me queixei sobre isso até ele observar que, para os usuários comuns, isso não importava. Para um super geek, apenas dê a ele algumas semana e ele será capaz de reabilitar essa funcionalidade e muito mais. O mesmo tipo de coisas aconteceram com o Asus EeePC, então por que com esse não? Acredite em mim, essa foi, para mim, uma revelação de proporções épicas.

No final das contas, cada um de nós precisa de um revelação pessoal. A Asus já percebeu essa mudança nos grupos de mercado. É por isso que seus netbooks com Linux estão vendendo tão bem e os netbooks da MSI não. Bem, obviamente sem contar a interface mal projetada, claro. Mas veja o EeePC. Se lembra da interface genérica que era oferecida com ele? Se lembra como tivemos um completo ataque porque era "muito simples"? Se lembra como os geeks ao redor do mundo festejaram quando alguém descobriu como deixar no "modo avançado"?

No entanto, curiosamente, muitos dos usuários menos entendidos de computadores com os quais trabalhei amam a interface simplificada. E não é apenas no EeePC que eles querem esse tipo de interface. Por exemplo, dei, recentemente, a minha mãe um tocador de MP3 que tinha 5 botões. Sem tela, sem menus, nada. Apenas cinco botões. Ela amou de paixão.

Entretanto, quando dei a ela um dos meu tocadores de MP3 antes disso, elas simplesmente atirou na parede de frustração porque era muito difícil navegar pelas pastas. Eu não achava difícil, mas ela achava. E ela não é a única a ter problemas com tecnologias como essa.

Outro membro do meu fórum (DaveB) também contribuiu com um pequeno exemplo para esse pensamento que, acho eu, se encaixa perfeitamente. Vou compartilhar aqui nas palavras dele:

Exemplificando: minha esposa não tem interesse em computadores. Até um mês atrás nunca tinha usado um computador para nada, não estava interessada.

Recentemente, ela achou necessário usar o correio eletrônico, então configurei um laptop com o PCLinuxOS 2007 para ela. Tudo que ela queria era onde clicar. Ela não tem interesse no fato de ser Linux, como o programa é chamado, por que ela está usando Linux... nada disso.

Ela está interessada em como usar.

Simples, objetivo, ela quer apenas para trabalhar. Não se importa com o resto - e sejamos honestos, não há motivo para que ela se importe.

É uma ferramenta. Precisamos saber como funciona um microondas, um abridor de latas ou a nova tela de alta definição super fina na parede? Nós queremos conectar as coisas e usá-las. Então por que deveria ser diferente com um PC ou laptop?

Esse é um argumento que indica bem o novo tipo de usuário que estamos começando a ver no mundo Linux/FOSS. E iremos encontrar MUITAS pessoas como essas que têm o pensamento "apenas funcione" conforme expandimos nossas fronteiras em direção ao mercado comum. E se eles são o nosso mercado alvo para novo usuários, o que estamos fazendo para atraí-los?

Fonte: Steve Lake@Raiden's Realm

Sobre kernels e kerneis

Bem, ao traduzir o artigo abaixo, não pensei que uma mísera palavra geraria tamanha discussão. Essa questão sobre como pronunciar - e escrever - os termos técnicos realmente é um mato pior do que eu pensava, e quando ví, eu, um pobre diabo, estava discutindo com o editor da maior e melhor revista sobre Linux e um estudante de etimologia.

Levando-se em conta que todos que falam a língua portuguesa se referem ao núcleo do sistema Linux como "kernel", até mesmo os nossos irmãos lusitanos que tendem a preservar a língua um pouco mais que nós brasileiros, não vi motivos para não passar kernel para uma forma pluralizada em português - alguém aí se refere ao kernel com outra palavra??? Pronto. Estava feita a cagada. Conversa vai, conversa vem, decidi perguntar a alguém que não tenha dúvida sobre a questão. Contatei o Professor Paulo Hernandes - professor de lingüística, semântica, lexicologia, etc - para resolver o embaraço. Vamos à resposta:

Se você aportuguesar, deve manter o acento, já que a palavra é paroxítona terminada em "s", caso de "mísseis". A reforma não abrangeu essa situação. Se preferir a forma original, o plural será feito com simples acréscimo de "s" e a palavra deverá ser colocada entre aspas.

Resumindo o resumo, o certo é "kernels" ou kérneis. Repetindo, levando-se em conta todos usam a palavra "kernel" para se referir ao dito cujo.

O que farei?? Vou mudar para kernels no artigo. Problema resolvido (creio eu).

O retorno do Minix

A revista Linux Magazine de fevereiro publicou uma review do Minix 3 contando a história do sistema, diferenças entre o Minix e o Linux, como o sistema funciona basicamente e ainda, juntamente com a review, um artigo do autor do sistema, Andrew S. Tanenbaum, sobre o uso do computador hoje em dia e como a estrutura do Minix pode fazer a diferença levando-se em conta os objetivos dos usuários comuns. A matéria é bem longa - como eu gosto - mas vale à pena cada frase. No fim do post estão os arquivos em PDF da matéria original e da versão traduzida.

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Kernel Inteligente
por Rüdiger Weis / Tradução: Luiz Martins

O Linux tem uma longa e tempestuosa relação com outro sistema operacional Unix-like conhecido como Minix. Adrew S. Tanenbaum, notável autor e cientista da computação, lançou a primeira versão do Minix em 1987 como uma ferramenta para ensinar estudantes sobre sistemas operacionais, e esse pequeno e bem documentado sistema rapidamente se tornou popular entre os entusiastas. Numa postagem ao grupo de notícias Minix, um ambicioso graduando finlandês, Linus Torvalds, anunciou o seu próprio sistema experimental em 1991 e contribuidores rapidamente vieram dos postos da comunidade Minix.

Mas Tanenbaum e Torvalds de imediato não se entenderam sobre questões do design. Tanenbaum sem foi favorável à arquitetura de microkernel, uma característica diferente do Minix até hoje (veja o texto "Por que os computadores não conseguem funcionar o tempo todo?"). Linus, por outro lado, fez o Linux com um kernel monolítico, com sistemas de arquivos, drivers e outros componentes incorporados dentro do kernel. Numa famosa postagem ao grupo Minix, o criador do Minix se referiu ao Linux como "... um gigante retrocesso ao anos 70", e uma confiante resposta do jovem Torvalds para esse experiente líder no campo dos sistemas operacionais é a primeira evidência da sua hoje legendária integridade. Apesar de tudo, Linus reconheceu a importância do trabalho de Tanenbaum para a formação de suas próprias idéias. Em sua autobiografia "Just for Fun", Linus se refere ao livro de Tanenbaum "Operating Systems: Design and Implementation" como um livro que mudou sua vida.

O debate entre microkerneis e kerneis monolíticos continua hoje em dia, e assim como o Linux não desapareceu, o Minix muito menos. A versão 3 do sistema operacional Minix foi projetado com o objetivo de criar um sistema que seja mais seguro e confiável do que os sistemas POSIX semelhantes, e uma licença livre estilo BSD faz do último Minix um forte candidato não só para o uso de produção, como também para o uso educacional. O Minix está atraindo até mesmo a atenção de alguns grandes patrocinadores. A União Européia está patrocinando o projeto com vários milhões de euros, e o Google tem uma quantidade de projetos relacionados ao Minix em seu programa "Summer of Code".

O Minix 3 roda tanto em processadores x86 32-bits quanto em várias máquinas virtuais, incluindo Qemu, Xen e VMWare. O sistema operacional inclui um sistema gráfico de janelas (X11), vários editores (Emacs e Vi), shells (incluindo o bash e o Zsh), GCC, linguagens de script, como Python e Perl, e ferramentas de rede - como o SSH. Com um design diminuto e resistente a erros, o Minix é um bom candidato para sistemas embarcados e a sua estabilidade superior tem conduzido a um novo e promissor papel como um sistema de firewall.

Inseguro pelo Design

Os problemas de segurança à frente da atual safra de sistemas operacionais, incluindo o Windows, mas também incluindo o Linux, são resultado de erros de design. Os erros foram herdados, em sua maior parte, de seus predecessores dos anos 60. A maioria desses problemas podem ser atribuídos ao fato de que os desenvolvedores não são perfeitos. Os humanos cometem erros. Claro, seria bom reduzir os números e mitigar os efeitos; entretanto, os programadores frequentemente estão dispostos a comprometer a segurança e um design limpo pela velocidade. Tanenbaum se refere a isso como um "pacto faustiano".
Além dessas questões relacionadas à dimensão, designs monolíticos também estão propensos a problemas estruturais inerentes: qualquer erro é capaz de comprometer o sistema como um todo. Um erro de design fundamental é que os sistemas operacionais atuais não seguem o Princípio da Menor Autoridade (POLA em inglês). Para esclarece isso, o POLA afirma que os desenvolvedores devem distribuir os sistemas sobre uma quantidade de módulos a fim de que um erro num módulo não comprometa a segurança e estabilidade dos outros módulos. Eles também devem garantir que cada módulo tenha apenas os direitos que ele realmente necessite para finalizar as funções designadas.
 
O contínuo crescimento do sistema operacional vem com a integração de novos drivers. Sistemas monolíticos incorporam drivers de dispositivos dentro do kernel, o que significa que um erro de driver pode comprometer todo o sistema. Drivers de código fonte fechado em particular colocam em risco a segurança do sistema. De acordo com Tanenbaum, incorporar um driver fechado no kernel é como aceitar um pacote lacrado de um estranho e levá-lo à cabine do avião.

Minix
Figura 1: O microkernel do Minix encapsula vários subsitemas na Área do Ususário, incluindo drivers, o sistema de arquivos e a pilha de rede. O kernel roda apenas funções críticas como operações de I/O, agendadores e gerenciamento de memória.

Arquitetura Transparente

O Minix é, provavelmente, o sistema operacional existente mais bem documentado. O "The Minix Book" de Tanenbaum e Woodhull é a referência principal. Inúmeras publicações sobre novas funções e pesquisas em andamento são encontradas na página principal do Minix. O Minix obedece ao padrãoPSIX IEEE 1003.2-1996 e os desenvolvedores já portaram muitos programas Unix para o Minix.

A Diferença do Minix

O Minix 3 está nos currículos de muitas universidades e muitas gerações de estudante já examinaram os poucos milhares de linhas do código do Minix e consertaram muitos erros. A arquitetura em microkernel implementa os drivers como processos de modos de usuários separados que não permitem executar comandos privilegiados ou operações de I/O (Entrada e Saída) ou escrever diretamente na memória. Em vez disso, essas operações são feitas por chamadas fiscalizáveis do kernel (ver Figura 1).

O Minix 3 utiliza mensagens de largura definida para a comunicação de processos. Esse design simplifica a estrutura do código e ajuda a mitigar o perigo de transbordamento de dados. O sistema de arquivos do Minix é executado como um simples processo de usuário. Já que ocupa cerca de 8.200 linhas do código da área de usuário, mas sem código do kernel, odebug nele é feito facilmente.

Um componente inovador, o "servidor de reincarnação", aumenta a confiabilidade do sistema Minix de servir como responsável por todos os servidores e drivers. Ele detecta erros muito rapidamente e monitora continuamente a função de processo críticos, reiniciando processos inoperantes quando necessário para manter o sistema rodando.

O Projeto Minix Firewall

Filtros de pacotes são um componente do sistema em risco. Apesar da excelente qualidade do Linux em implementações Nelfilter, várias questões de segurança surgiram no passado. Se um subsistema desse tipo está rodando no kernel Linux, ele estará colocando em risco a segurança do sistema. Com base no trabalho do grupo de Tanenbaum, a Universidade Técnica em Ciência Aplicada de Berlim portou o famosoframework Netfilter para o Minix 3.

Novamente, a estabilidade da arquitetura em microkernel oferece benefícios adicionais. No Linux, um invasor que tenha sucesso em provocar um erro - por exemplo, explorando um transbordamento de dados na função do_replace () - pode deixar um firewall Linux de joelhos. No Minix 3, um único processo de usuário poderia colapsar sem comprometer a segurança do sistema. O servidor de reincarnação poderia simplesmente reiniciar o processo.

As diferenças se tornam ainda mais aparente se um invasor tem sucesso ao executar um código. No Minix, um processo de usuário seqüestrado ainda é um problema. mas o efeito é muito mais brando graças à isolação.

Até a Microsoft está explorando o próprio sistema em microkernel, chamado Singularity. Embora o Minix tenha jogado o jogo do microkernel por anos, o seu maior obstáculo para se tornar mais conhecido sempre foi as suas licenças não livres. Agora que o Minix 3 está sendo distribuído sob uma licença BSD e as extensões de firewall estão disponíveis sob GPL, os pesquisadores daTFH Berlin estão trabalhando na exploração do potencial do Minix como um firewall virtualizado. Estabilidade, um design diminuto e um novo modelo de licenciamento deram ao Minix 3 um grande potencial de crescimento, especialmente em sistemas embarcados.


Figura 2: O Minix é bastante espartano na inicialização. Dito isso, a versão 3.1.2a incluí uma interface X11 e ferramentas para desenvolvedores.

Por que os computadores não conseguem funcionar o tempo todo?
Por Andrew S. Tanenbaum

Os usuários de computador estão mudando. Dez anos atrás, a maioria dos usuários de computador eram pessoas jovens ou profissionais com muita experiência técnica. Quando as coisas davam errado - e frequentemente davam -, eles sabiam como consertar as coisas. Hoje em dia, o usuário comum é muito menos sofisticado, talvez um garotinha de 12 anos ou um vovô. A maioria deles sabe tanto sobre arrumar computadores quando umnerd de computadores sabe sobre consertar o próprio carro. O que eles querem mais do que qualquer outra coisa é um computador que funcione o tempo todo, sem falhas ou erros.

Muitos usuários comparam automaticamente seus computadores com seus aparelhos de televisão. Ambos estão repletos de eletrônicos mágicos e têm telas grandes. A maioria dos usuários tem um modelo implícito de um aparelho de televisão: 1) você compra o aparelho; 2) o conecta; 3) ele funciona perfeitamente sem qualquer falha pelos próximos 10 anos. Eles esperam isso de um computador e quando não conseguem isso, ficam frustrados. Quando pessoas com alguma experiência em computação diz a eles: "Se Deus quisesse que os computadores funcionassem todo o tempo, Ele não teria inventado o botão RESET". Eles não se impressionam.

Na falta de uma definição melhor de confiabilidade, vamos adotar a seguinte: Um dispositivo é dito ser confiável se 99% dos usuários nunca experimentar qualquer falha durante o período de vida do próprio dispositivo. Por essa definição, virtualmente, nenhum computador é confiável, enquanto a maioria dasTV's, iPods , câmeras digitais, câmeras de vídeo, etc são. Viciados em tecnologia estão dispostos a perdoar um computador que falhe uma ou duas vezes por ano; usuários comuns não.

Usuários domésticos não são os únicos incomodados pela pobre confiabilidade dos computadores. Até mesmo em configurações altamente técnicas, a baixa confiabilidade dos computadores é um problema. Empresas como Google eAmazon , com centenas de servidores, experimentam várias falhas todos os dias. Eles aprenderam a conviver com isso, mas certamente iriam preferir sistemas que simplesmente funcionassem o tempo todo. Infelizmente, os softwares atuais os deixam na mão.

O problema básico é que o software contém bugs, e quanto mais softwares existem, mais bugs irão existir. Vários estudos têm mostrado que o número de bugs por milhar de linhas de código (KLoC) variam de 1 a 10 em grandes sistemas de produção. Um pedaço de um software bem escrito pode ter 2 bugs por KLoC com o passar do tempo, mas não menos. Um sistema operacional com, digamos, 4 milhões de linhas de código é, portanto, suscetível a ter ao menos 8000 bugs. Nem todos são fatais, mas alguns serão. Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que drivers de dispositivos - que compõem 70% da base de códigos de um típico sistema operacional - têm taxas de bugs de 3 a 7 vezes maiores do que o resto do sistema. Drivers de dispositivos tem uma alta taxa de bugs porque (1) são mais complexos e (2) são menos examinados. Enquanto muitas pessoas estudam o agendador, poucas observam o driver da impressora.

A Solução: Kerneis Menores

A solução para esse problema é tirar o código do kernel, onde ele pode causar o máximo de estrago, e colocá-lo nos processos da área de usuário, onde bugs não conseguem causar falhas no sistema. É assim que o Minix foi projetado. O atual sistema Minix é o [segundo] sucessor do Minix original, que foi lançado originalmente em 1987 como um sistema operacional educacional mas tem sido corrigido desde então a fim de se tornar um sistema altamente confiável e auto-imune. O que segue é um breve descrição da arquitetura do Minix; você pode encontrar mais detalhes em http://www.minix3.org.

O Minix 3 foi projetado para rodar com o menor código possível no modo kernel, onde os bugs podem ser facilmente fatais. Em vez de 3 ou 4 milhões de linhas de código no kernel, o Minix 3 tem cerca de 5000 linhas de código no kernel. Às vezes kerneis tão pequenos são chamados de microkerneis. Eles lidam com o gerenciamento de processo de baixo nível - agendamento, interrupções e o relógio - e fornecem alguns serviços de baixo nível para componente da área de usuário.

O volume do sistema operacional roda como uma coleção de drivers e servidores de dispositivo, cada um rodando como um processo comum na área de usuário com privilégios restritos. Nenhum desses servidores e drivers rodam como super-usuário ou equivalente. Eles não podem nem mesmo acessar os dispositivos de entrada e saída ou a unidade de gerenciamento de memória diretamente (MMU).

Eles têm de usar os serviços do kernel para ler e escrever no hardware. A camada de processos rodando no modo de usuário acima do kernel consiste de drivers de dispositivos - com drivers de discos, drivers de rede e todos os outros drivers - rodando como processos separados protegidos pelaMMU do hardware a fim de que eles não possam executar quaisquer instruções privilegiadas e não possam escrever ou ler qualquer memória, exceto a própria.

Acima da camada de drivers vem a camada de servidores - com um servidor de arquivos, um servidor de processos e outros servidores. Os servidores fazem uso tanto dos drivers quanto dos serviços do kernel. Por exemplo, para ler de um arquivo, um processo de usuário manda uma mensagem para o servidor de arquivos, que então manda uma mensagem para o driver do disco buscar os blocos necessários. Quando o sistema de arquivos os tem no cache de dados, ele chama o kernel para movê-los para o espaço do endereço do usuário.

Além desses servidores, há um outro servidor chamado de servidor de reincarnação. O servidor de reincarnação é o responsável por todos processos de drivers e servidores e monitora o comportamento deles. Se ele descobre um processo que não está respondendo a seus pings, ele inicia uma nova copia pelo disco (exceto para o driver de disco, que é vigiado na RAM). O sistema foi projetado para que muitos (mas não todos) dos drivers e servidores críticos possam ser substituídos automaticamente enquanto o sistema está operante, sem perturbar os processos de usuário ou mesmo notificar o usuário. Dessa maneira, o sistema é auto-imune.

Para testar se essas idéias funcionam na prática, fizemos o seguinte experimento. Iniciamos um processo defeituoso por injection que sobrescreveu 100 instruções no binário do driver da rede para ver o que aconteceria se um deles fosse executado. Se nada acontecesse por alguns segundos, outras 100 instruções seriam introduzidas e assim por diante. Ao todo, injetamos 800.000 processos defeituosos em cada um dos três drivers de rede diferentes e causou 18.000 erros de driver. Em todos os casos, o driver foi substituído pelo servidor de reincarnação. Apesar de injetar 2.4 milhões de processos defeituosos no sistema, nenhuma vez sistema operacional falhou. Não precisa dizer que se um erro faltal ocorre num driver Linux ou Windows rodando no kernel, o sistema operacional por falharia completo instantaneamente.

Existe uma desvantagem nessa abordagem? Sim. Há uma meta de desempenho. Nós não medimos isso extensivamente, mas o grupo de pesquisa em Karlshure (Universidade de Karlshure, Alemanha), que desenvolveu o próprio microkernel, o L4, e depois rodou Linux sobre ele como um simples processo de usuário, foi capaz de atingir uma meta de desempenho de 5%. Acreditamos que, se colocarmos alguns esforços nele, poderemos alcançar a taxa entre 5% e 10% também. A performance não tem sido uma prioridade para nós, assim como a maioria dos usuários que lêem seus emails e entram no Facebook não estão limitados pela performance do CPU. O que eles querem, no entanto, é um sistema que funcione o tempo todo.

Se os microkerneis são tão confiáveis, por que todos não os usam?

Na verdade, todos usam. Provavelmente, você roda vários deles. O seu telefone celular, por exemplo, é um pequeno computador normal e há uma boa chance dele rodar o L4 ou o Symbian ou outro microkernel. Os roteadores de alta performance da Cisco usam. Nos mercados aeroespacial e militar, onde a confiabilidade é primordial, o Green Hills, outro microkernel, é amplamente usado. O PikeOS e o QNX também são microkerneis amplamente usados em sistemas embarcados e industriais. Em outras palavras, quando se trata de sistemas que "funcionem o tempo todo", as pessoas se voltam para os microkerneis. Para saber mais sobre esse assunto, acesse www.cs.vu.nl/~ast/reliable-os/.

Sendo assim, é o que acreditamos, baseado em várias conversas com usuário não técnicos, que o que eles querem acima de qualquer coisa é um sistema que funcione perfeitamente todo o tempo. Eles têm uma baixa tolerância para sistemas não confiáveis mas atualmente eles não têm escolhas. Acreditamos que sistemas baseados em microkerneis podem indicar o caminho para sistemas mais confiáveis.

Rüdiger Weis é professor de programação de sistemas na THF Berlin. Entre 2002 e 2005, ele esteve envolvido com uma pesquisa de pós-doutorado sistemas operacionais seguros sob a supervisão do Professor Andrew S. Tanenbaum na Vrije Universiteit, Amsterdã.

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PDF (Inglês)
PDF (Português)

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Pablo Hess, editor da Linux Magazine brasileira, me informou pelos comentário que o artigo do Tanenbaum já tinha sido traduzido pela revista. Não tinha conhecimento. Se você não entendeu alguma parte da minha tradução ou simplesmente não gostou, acesse AQUI a versão oficial do artigo publicado pela própria Linux Magazine Brasil.

Fotos direto do GIMP para o Flickr com o GimpPublishr

Se você usa o GIMP para retocar e melhorar as suas fotos antes de enviá-las para o Flickr, então, certamente, você gostará do plugin GimpPublishr. Ele permite que você envie a imagem do GIMP diretamente para a sua conta no Flickr ou Picasa. Para instalar o GimpPublishr, baixe a última versão do plugin no site do projeto, descompacte-o, e coloque a pasta libpub e o arquivo publishr.py na pasta ~/.gimp-x.x/plug-ins no seu diretório home (se a pasta plug-ins não existir, a crie).

Photobucket

Abra o GIMP, e você deverá ver a opção "Publish on Web" no menu Arquivo. Clique na opção e escolha o serviço que você deseja. Se você escolher o Flickr, você será perguntado para autorizar que o plugin acesse a sua conta no Flickr. Uma vez feito isso, dê um noma a sua foto, forneça uma descrição, especifique as tags, escolha a licença desejada e aperte no botão Upload. Simples assim.

Observação: Para autorizar no Flickr, copie a URL fornecida pelo plugin e abra no seu navegador. Já logado no Flickr, basta aceitar a permissão.

Fonte: Dmitri Popov@Linux Magazine

VNC no PCLinuxOS

Mais um tutorial "importado". Primeiramente, há duas formas de criar um servidor VNC: sem habilitar a parte gráfica e habilitando a parte gráfica. Sem a parte gráfica, você tem todos os comandos do servidor por um terminal no seu pc. Com o X habilitado, a navegação fica um pouco devagar - dependendo da conexão - mas é mais familiar. Vamos ao tutorial - mais uma vez feito pelo KDulcimer:

Por favor, note que o VNC é um protocolo que roda abertamente, sem segurança. Não tem problemas para a sua rede doméstica e, provavelmente, para a rede do seu trabalho, mas se você precisa de uma conxão VNC segura, você terá que pesquisar sobre tunelamento via SSH.

Você sabia que você pode acessar o desktop de um computador de outro máquina facilmente via VNC? O VNC é um pequeno protocolo que lhe permite ver o desktop de outro computador sobre uma rede.

Para usar o VNC, instale o tightvnc-server e um cliente VNC com o tightvnc. Abra um terminal no "servidor" e rode o comando "vncserver". Configure uma senha.

Ache o endereço IP do seu servidor. No terminal, faça o comando ifconfig. A segunda linha deve começar com "inet addr:". O que segue é o seu endereço IP.

Agora vá até a outra máquina na rede e inicie o tightvnc. Digite o endereço IP do servidor e adicione um ":1", ficará parecido com isto:

192.168.0.100:1

Não é muito se parece muito com um desktop, parece? Você tem apenas um terminal ou talvez nem isso. Volte ao o servidor e rode killall Xvnc para parar o servidor VNC.

Abra o arquivo ~/.vnc/xstartup num editor de texto e modifique-o com o que segue:

#!/bin/bash
[ -x /etc/vnc/xstartup ] && exec /etc/vnc/xstartup
[ -r $HOME/.Xresources ] && xrdb $HOME/.Xresources
startkde &


Observe que se você quer rodar algo além do KDE dentro da sessão VNC, você fazer isso mudando a linha "startkde &" para qualquer outro ambiente desktop que você deseja iniciar. Por exemplo, no meu sistema eu estou rodando o OpenBox, então eu coloquei:

#!/bin/sh
[ -x /etc/vnc/xstartup ] && exec /etc/vnc/xstartup
[ -r $HOME/.Xresources ] && xrdb $HOME/.Xresources
openbox-session &


Se você usa o GNOME use o código abaixo:

#!/bin/sh
[ -x /etc/vnc/xstartup ] && exec /etc/vnc/xstartup
[ -r $HOME/.Xresources ] && xrdb $HOME/.Xresources
unset SESSION_MANAGER
gnome-session &


Crie um arquivo chamado ~/.kde/Autostart/vncserver e coloque este código nele:

#!/bin/bash
if [ ! "$(pidof Xvnc)" ];
then vncserver;
else echo "vncserver is already running";
fi &


Observe que com esse código, se tiver mais de um usuário logado, somente o primeiro usuário terá uma sessão com o servidor VNC rodando.

Agora abra um terminal e rode este comando:

chmod 755 ~/.kde/Autostart/vncserver

Fiz um vídeo com a demonstração de como fica o uso do VNC por esse tutorial com o servidor em diferentes distribuições.

Como atualizar o PCLinuxOS sem internet

No fórum oficial do PCLinuxOS, o usuário KDulcimer postou um tutorial muito interessante que vale à pena ser reproduzido. Nesse tutorial, ele ensina como atualizar ou instalar novos programas noPCLinuxOS via Synaptic com o auxílio de uma máquina externa e um drive USB . Para quem tem internet discada, só tem acesso à internet no trabalho ou está impossibilitado de acessar a internet em casa esse tutorial é bem útil.

1. Primeiramente, abra o seu dispositivo USB e crie uma pasta chamada rpms na raiz do dispositivo. Dentro da pasta rpms, crie uma pasta chama base;

2. No local onde você tem acesso à internet, acesse um dos repositório do PCLinuxOS:
http://spout.ussg.indiana.edu/linux/pclinuxos/pclinuxos/apt/pclinuxos/2007/

3. Baixe todos os arquivos da pasta base e coloque-os no seu dispositivo USB dentro da pasta base.

4. Plugue o drive USB no computador que você quer atualizar e abra o dispositivo (tenha certeza que ele está montado). Agora, no seu gerenciador de arquivo, vá até /media e abra o drive. Copie o endereço que está na barra de endereço.

5. Abra o Synaptic. Vá até Settings -> Repositories -> New. Na seção URI, insira o seguinte:

file://

Então cole o endereço para o seu drive, ficará parecido com o seguinte:

file:///media/disk/

Na linha Distribution, coloque rpms. Na linha Section(s), deixe main extra nonfree kde.

6. Clique em OK e clique en Reload -> Mark All Upgrades. Agora vá até File -> Save Markings As..., dê um nome apropriado e salve esse arquivo no drive USB. Saia do Synaptic e escolha descartar as mudanças selecionadas;

7. Volte até o local que você tem acesso à internet, abra o arquivo num editor de texto, abra o repositório do PCLinuxOS no navegador e baixe os pacote que você precisa. Salve-os na pasta rpms;

8. Volte ao sistema que você quer atualizar, copie todos os RPMs (como root) da pasta rpms para a pasta /var/cache/apt/archives/;

9. Abra o Synaptic e clique em Mark All Upgrades -> Apply -> Apply.

Para instalar pacotes, o procedimento é muito parecido:

1. Deixe o seu sistema completamente atualizado seguindo os passo acima. Não pule essa etapa!;

2. Abra o Synaptic e marque as aplicações que você quer instalar. Agora vá até File -> Save Markings As..., dê um nome apropriado ao arquivo e salve-o no seu dispositivo USB. Saia do Synaptic e escolha descartar todas as mudanças selecionadas;

3. Vá até o local que você tem acesso à internet, abra o arquivo num editor de texto, abra o repositório do PCLinuxOS no navegador e baixe os pacote que você necessita. Salve-os na pasta rpms;

4. Volte ao sistema que você quer atualizar, copie todos os RPMs (como root) da pasta rpms para a pasta /var/cache/apt/archives/;

5. Abra o Synaptic vá até File -> Read Markings -> Selecione o arquivo que você criou na etapa 2 -> Apply -> Apply.

Reforma ortográfica

2009 começa com a essa maldita reforma ortográfica. Protesto!! Quero o meu acento nas paroxítonas terminadas em ditongo aberto!! Quero o trema - ninguém usa ele, mas se inventaram é porque tem algum uso!! Quero o acento diferencial - não viverei sem o pára/para!! Nesse blog essa reforma não entra!! Serei o Policarpo Quaresma da paroxítona com ditongo aberto acentuada.
 
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