Kernel Linux em Poucas Palavras – Parte 2

Se tiver alguma dúvida, consulte os PDFs em inglês disponibilizados no fim do post.

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2. Requisitos para Compilar e Utilizar o Kernel

Esse capítulo descreve os programas que você precisa para configurar um kernel, compilá-lo e inicializá-lo com sucesso. É uma boa idéia consultar os arquivos Documentation/Changes para verificar o número especifico da versão que você tem de cada ferramenta descrita nesse capítulo. Esse capítulo foi baseado no kernel 2.6.18 e descreve as versões das ferramentas que funcionam com esse kernel. Se você está usando um kernel diferente, por favor verifique se você tem as versões certas como especificadas nesses arquivos ou algumas coisas podem não funcionar corretamente e pode ser bem difícil determinar o que deu errado.

Ferramentas para Compilar o Kernel

A maioria das distribuições Linux oferecem um opção d instalação para instalar uma gama de pacotes de modificações do kernel. Se a sua distribuição fornece essa opção, é mais fácil instalar isso em vez de tentar catar individualmente todos os programas que são necessários para essa tarefa.

Somente três pacotes são necessários para compilar um kernel com sucesso: um compilador, um linker e a ferramenta make. Essa seção descreve o conteúdo de cada pacote.

Compilador

O kernel Linux está escrito na linguagem de programação C, com uma pequena quantidade de linguagem assembly em alguns lugares. Para compilar o kernel, o compilar em C gcc deve ser usado. A maioria das distribuições Linux tem um pacote entitulado gcc que deverá ser instalado. Se você quiser baixar o compilador e compilá-lo você mesmo, você pode encontrá-lo em http://gcc.gnu.org.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 3.2 do gcc é a mais antiga que pode compilar corretamente um kernel funcional. Esteja avisado que instalar a versão mais recente do gcc nem sempre é uma boa idéia. Algumas das versões mais novas do gcc não compilam o kernel corretamente, portanto, ao menos que você queira ajudar o debug do compilador, não é recomendável que você as experimente.

Para determinar qual versão do gcc você tem no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ gcc --version

Linker

O compilador C, gcc, não faz toda a compilação por si só. Ele necessita de um conjunto de ferramentas adicional conhecido como binutils para linkar e montar os arquivos fonte. O pacote binutils também contém ferramentas úteis que podem manipular arquivos de objetos de diversas maneiras, como visualizar o conteúdo de uma biblioteca.

O binutils pode ser encontrado normalmente num pacote chamado (sem surpresas) binutils. Se você quiser baixar e instalar o pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em http://www.gnu.org/software/binutils.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 2.12 do binutils é a mais antiga que pode linkar o kernel corretamente. Para ver qual versão do binutils você tem instalada no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ ls -v

make

O make é uma ferramenta que percorre a árvore do código do kernel para determinar quais arquivos precisam ser compilados, para então chamar o compilador e outras ferramentas de compilação para fazerem a tarefa na construção do kernel. O kernel exige a versão GNU do make, que pode ser normalmente encontrado num pacote chamado make na sua distribuição.

Se você deseja baixar e instalar o make você mesmo, você pode encontrá-lo em http://www.gnu.org/software/make.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 3.79.1 do make é a mais antiga a compilar o kernel corretamente. É recomendado que você instale a última versão estável do make, já que as versões mais novas são famosas por serem mais rápidas no processo de compilação de arquivos.

Para ver qual a versão do make que você tem em seu sistema, rode o comando a seguir:

$ make --version

Ferramentas para Utilizar o Kernel

Enquanto a versão do kernel que está rodando normalmente não afeta qualquer aplicação do usuário, existe um pequeno número de programas que realmente dependem de certa versão do kernel. Essa seção descreve várias ferramentas que provavelmente já estão instaladas no seu sistema Linux. Se você atualizar o seu kernel para uma versão diferente daquela que veio com a sua distribuição, alguns desses pacotes possivelmente precisarão ser atualizado para que o sistema funcione da forma apropriada.

util-linux

O pacote util-linux é uma coleção de pequenas ferramentas que fazem uma grande quantidade de tarefas. A maioria dessas ferramentas lidam com a montagem e criação de partições de discos e com a manipulação do relógio do hardware no sistema.

Se você deseja baixar e instalar o util-linux você mesmo, você pode encontrá-lo em http://www.kernel.org/pub/linux/utils/util-linux.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 2.10 do util-linux é a mais antiga que funciona corretamente. É recomendado que você instale a última versão desse pacote, já que a nova versão suporta novas funções adicionadas ao kernel. A montagem com a opção bind é um exemplo de uma opção dos novos kernels e uma nova versão do util-linux é necessária para ter essas funções funcionando corretamente.

Para ver qual a versão do util-linux você tem instalada no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ fdformat --version

module-init-tools

O pacote module-init-tools é necessário se você deseja usar os módulos do kernel Linux. Um módulo do kernel é um pedaço de código carregado que pode ser adicionado ou removido do kernel enquanto o kernel está rodando. É útil compilar drivers de dispositivos como módulos e então carregar apenas aqueles que correspondem ao hardware presente no sistema. Todas as distribuições Linux usam módulos para carregar apenas os drivers e opções necessários para o sistema baseado no hardware presente, em vez de ser forçado a compilar todos os drivers e opções possíveis no kernel como um grande código único. Os módulos economizam memória por carregar apenas o código que é necessário para controlar a máquina da forma apropriada.

O processo de carregamento de módulos do kernel sofreu uma mudança radical na série 2.6 do kernel. O linker para o módulo (o código que decodifica todos os símbolos e descobre como unir os pedaços na memória) agora está acoplado no kernel, o que torna as ferramentas do userspace bem pequenas. Distribuições antigas têm um pacote chamado modutils que não funcionam corretamente com o kernel 2.6. O pacote module-init-tools é o pacote que você precisa para fazer o kernel 2.6 funcionar corretamente com os módulos.

Se você quiser baixar e instalar o pacote module-init-tools você mesmo, você pode encontrá-lo em http://www.kernel.org/pub/linux/utils/kernel/module-init-tools.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 0.9.10 do module-init-tools é a mais antiga a funcionar corretamente. É recomendado que a última versão desse pacote esteja instalada, já que novas funções adicionadas ao kernel podem ser usadas pela versão mais recente desse pacote. Colocar os módulos na blacklist previne que eles sejam carregados automaticamente pelo pacote udev é uma das opções que está presente na mais recente versão do module-init-tools, porém não está nas versão antigas.

Para ver qual versão do module-init-tools está instalada no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ depmod -V

Ferramentas Específicas para Sistemas de Arquivos

Uma grande gama de ferramentas específicas para certos sistemas de arquivos são necessárias para criar, formatar, configurar e consertar partições de discos. O pacote util-linux tem algumas dessas ferramentas, mas alguns dos sistemas de arquivos mais populares têm pacotes separados que contém os programas necessários.

Ext2/Ext3/Ext4

Os sistemas de arquivos Ext3 e o experimental Ext4 são atualizações do Ext2 e podem ser gerenciados com a mesma ferramenta. Qualquer versão recente de uma ferramenta para o Ext2 também consegue funcionar com os outros dois sistemas de arquivos.

Para trabalhar com qual um desses sistemas de arquivos, você deve ter o pacote e2fsprogs. Se você deseja baixar e instalar esse pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em http://e2fsprogs.sourceforge.net.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 1.29 do e2fsprogs é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. É altamente recomendável que você use a versão mais nova para aproveitar as vantagens das novas funções dos sistemas de arquivos Ext3 e Ext4.

Para ver qual versão do e2fsprogs você tem instalado no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ tune2fs

JFS

Para usar o sistema de arquivos da IBM, o JFS, você deve ter o pacote ifsutils. Se você deseja baixar e instalar o pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em http://jfs.sourceforge.net.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 1.1.3 do ifsutils é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. Para ver qual versão do ifsutils você tem no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ fsck.jfs -V

ReiserFS

Para usar o sistema de arquivos ReiserFS, você deve ter o pacote reiserfsprogs. Se você deseja baixar e instalar esse pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em http://www.namesys.com/download.html.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 3.6.3 do reiserfsprogs é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. Para ver qual versão do reiserfsprogs você tem no sistema, rode o seguinte comando:

$ reiserfsck -V

XFS

Para usar o sistema de arquivos XFS da SGI, você deve ter o pacote xfsprogs. Se você deseja baixar e instalar esse pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em http://oss.sgi.com/projects/xfs.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 2.6.0 do xfsprogs é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. Para ver qual versão do xfsprogs você tem instalada no sistema, rode o seguinte comando:

$ xfs_db -V

Quotas

Para usar a funcionalidade quotas do kernel, você deve ter o pacote quota-tools*. Esse pacote inclui programas que lhe permitem configurar quotas para o usuários, fornece estatísticas sobre a quantidade de quota que está sendo utilizada por usuários diferentes e avisa quando as pessoas ficam muito próximas de atingir a quota disponível do sistema de arquivos.

Se você deseja baixar e instalar esse pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em http://sourceforge.net/projects/linuxquota.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 3.09 do quota-tools é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. Para ver qual versão do quota-tools você tem em seu sistema, rode o comando seguinte:

$ quota -V

*: Algumas distribuições, particularmente o Debian, chamam esse pacote de quota em vez de quota-tools.

NFS

Para usar o sistema de arquivos NFS, você deve ter o pacote nfs-utils*. Esse pacote inclui programas que lhe permitem montar partições NFS como um cliente e rodar um servidor NFS.

Se você deseja baixar e instalar esse pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em http://nfs.sf.net.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 1.0.5 do nfs-utils é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. Para ver qual versão do nfs-utils você tem em seu sistema, rode o seguinte comando:

$ showmount --version

*: Algumas distribuições, particularmente o Debian, chamam esse pacote de nfs-common em vez de nfs-utils.

Outras Ferramentas

Existem vários outros programas importantes que estão estreitamente ligados à versão do kernel. Esses programas normalmente não são necessários para que o kernel funcione corretamente, mas eles habilitam o acesso a diferentes tipos hardware e funções.

udev

O udev é um programa que habilita o Linux forneça um sistema de nomeação de dispositivos persistente no diretório /dev. Ele também fornece um /dev dinâmico, parecido com o antigo (e agora removido) sistema de arquivos devfs. Quase todas as distribuições Linux utilizam o udev para gerenciar o diretório /dev, então ele é necessário para iniciar a máquina corretamente.

Infelizmente, o udev depende da estrutura do /sys, que é conhecido por mudar de tempos em tempos com as versões do kernel. Algumas dessas mudanças no passado foram conhecidas por quebrar o udev, então a sua máquina não irá iniciar corretamente. Se você tem a última versão do udev recomendada para o eu kernel e está tendo problemas no funcionamento, por favor comunique os desenvolvedores do udev na lista de email disponível em linux-hotplug-devel@lists.sourceforge.net.

É altamente recomendado que você usa a versão do udev que vem com a sua distribuição Linux, já que ele está altamente ligado ao processo de boot da distribuição. Mas se você deseja atualizar o udev por sua conta e risco, você pode encontrá-lo em http://www.kernel.org/pub/linux/utils/kernel/hotplug/udev.html.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 081 do udev é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. É recomendado que você use a última versão do udev, afinal ele funcionará melhor com os kernels mais novos, devido à mudanças de como o udev e o kernel se comunicam.

Para ver qual a versão do udev que você tem instalada no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ udevinfo -V

Ferramentas de Processos

O pacote procps inclui as ferramentas comumente usadas ps e top, como também muitas outras ferramentas úteis para gerenciar e monitoras processos que estão rodando no sistema.

Se você deseja baixe e instalar esse pacote por você mesmo, você pode encontrá-lo em http://procps.sourceforge.net
.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 3.2.0 do procps é a mais antiga a funcionar corretamente. Para ver qual é a versão do procps que está instalada no seu sistema, rode o seguinte comando:

$ ps --version

Ferramentas PCMCIA

Para utitizar dispositivos PCMCIA corretamente com o Linux, um programa que ajuda o userspace deve ser utilizado para configurar os dispositivos. Para versões antigas do kernel, esse programa era chamado de pcmcia-ss, mas foi substituído por um sistema muito mais simples chamado pcmciautils. Se você deseja utilizar dispositivos PCMCIA, você deve ter esse pacote instalado para que eles funcionem corretamente.

Se você deseja baixar e instalar esse pacote você mesmo, você pode encontrá-lo em ftp://ftp.kernel.org/pub/linux/utils/kernel/pcmcia.

Para a versão 2.6.18 do kernel, a versão 004 do pcmciautils é a mais antiga a funcionar corretamente com o kernel. Mas a versão mais recente é recomendada para tirar vantagem das novas funções no subsistema PCMCIA, como o carregamento automático do driver quando um novo dispositivo é encontrado.

Para ver qual é a versão do pcmciautils que você tem instalada em seu sistema, rode seguinte comando:

$ pccardctl -V

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PDF em inglês - Chapter 2: Requirements for Building and Using the Kernel

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Qualquer correção, crítica & derivados, nos comentários por favor. Agradecido.

Kernel Linux em Poucas Palavras – Parte 1

Se tiver alguma dúvida, consulte os PDFs em inglês disponibilizados no fim do post.

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Parte I - Compilando o Kernel

Essa parte do livro mostra como baixar, compilar e instalar o kernel. Na maior parte é um guia passo-a-passo.

Capítulo 1, Introdução
Capítulo 2, Requisitos para Compilar e Utilizar o Kernel
Capítulo 3, Obtendo o Kernel Linux
Capítulo 4, Configurando e Compilando
Capítulo 5, Instalando e Inicializando a Partir de um Kernel
Capítulo 6, Atualizando um Kernel

1. Introdução

Apesar da sua grande base de código (cerca de sete milhões de linhas de código), o kernel Linux é um dos sistemas operacionais mais flexíveis já criados. Ele pode ser modificado para uma grande gama de sistemas diferentes, rodando em tudo, desde helicóptero controlado por rádio, passando por telefone celular até o maior supercomputador do planeta. Customizando o kernel para o seu uso específico, é possível criar algo que seja, ao mesmo tempo, mais pequeno e rápido do que o kernel fornecido pelas maiorias das distribuições Linux. Esse livro vai abranger a compilação e instalação de um kernel personalizado e fornecer algumas dicas sobre como habilitar opções específicas que você provavelmente deseja usar em diferentes situações.

Nenhuma distribuição Linux fornece o kernel exato que a maioria dos usuário querem. Distribuições modernas ficaram muito complacentes, compilando o suporte para todos os dispositivos conhecidos, para som e até economia de energia. Mas você, provavelmente, tem necessidades diferentes da maioria dos usuários (e todas as distribuições tentam abranger a necessidade da maioria). Você pode ter um hardware diferente. E quando um novo kernel é lançado, você pode querer começar a usá-lo sem esperar que a distribuição o disponibilize.

Por uma série de razões, durante o uso no dia-a-dia com o Linux, você deseja compilar um kernel ou ajustar os parâmetros que você está executando. Esse livro lhe dá a informação que você necessita para compreender o kernel do ponto de vista do usuário e para fazer ma mudanças mais comuns.

Também existem bons motivos para remover funcionalidades do kernel, particularmente se você está rodando-o num sistema embarcado ou num sistema pequeno.

Quando se fazer ajustes, é útil entender as entranhas do comportamento do kernel. Isso está além do escopo desse livro, exceto por breves sumários que aparecerão em certas opções. O apêndice B inclui referência para outros livros e materiais que podem lhe dar um maior background.

Utilizando Esse Livro

Não configure ou compile o seu kernel com as permissões de superusuário habilitadas!

Esse aviso é a coisa mais importante para se lembrar enquanto seguir os passos desse livro. Tudo nesse livro – baixar o código fonte do kernel, descompactá-lo, configurar o kernel e compilá-lo – deverá ser feito como um usuário normal da máquina. Somente dois ou três comandos que são necessários para instalar um novo kernel deverão ser feitos como superusuário (root).

No passado, houve bugs no processo de compilação do kernel, criando alguns arquivos especiais no diretório /dev para serem deletados se o usuário tinha permissões de superusuário enquanto compilava o kernel Linux. Também há alguns problemas que podem ocorrer facilmente quando descomprimir o kernel Linux com direitos de superusuário, já que alguns dos arquivos no pacote da fonte do kernel terminarão sem as permissões corretas e, mais tarde, causarão erros na compilação.

O código fonte do kernel jamais deverá ser colocado no diretório /usr/src/linux, já que esse é o local do kernel que as bibliotecas do sistema foram compiladas anteriormente, não o seu kernel customizado. Não faça qualquer desenvolvimento com o kernel sob o diretório /usr/src, somente o faça num diretório de usuário local onde nada de ruim possa acontecer com o sistema.

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PDF em inglês - Part I: Building the Kernel
PDF em inglês - Chapter 1: Introduction

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A partir de agora começa a parte que interessa. Até agora, admito, foi só secação de gelo.


Kernel Linux em Poucas Palavras – Parte 0

Esse é um novo projeto do blog. Como a compilação e o modo como o kernel funciona interessa não só os usuários novatos – e curiosos – como também os mais avançados, essa é uma boa oportunidade para mostrar como a compilação do kernel funciona com mais detalhes. Traduzirei, até onde sou capaz, o guia “Kernel Linux em Poucas Palavras” (Linux Kernel in a Nutshell, Greg Kroah-Hartman) em doses homeopáticas – tanto para os leitores quanto pra mim. Espero que consiga chegar até o final com uma qualidade satisfatória. Farei de cada capítulo uma parte no blog para não ficar muito pesado e modorrento. Vamos ao que interessa.

Kernel Linux em Poucas Palavras – Parte 0 – Prefácio


Quando o assunto desse livro foi me apresentado pela primeira vez, não dei muita atenção como se isso já estivesse abordado pela completa documentação sobre o kernel Linux. Certamente alguém já escreveu sobre as necessidades básicas a fim de compilar, instalar e customizar o kernel Linux, afinal essa me parece uma tarefa simples.
Após garimpar em diferentes HOWTOs e pelo diretório de documentação do kernel Linux, cheguei à conclusão de que não havia um lugar onde toda essa informação pudesse ser encontrada. Poderia ser catada por referência alguns arquivos aqui, outros sites antigos acolá, mas não era aceitável para ninguém que não sabia exatamente o que estava procurando no primeiro momento.
Portanto, esse livro foi criado com o objetivo de consolidar toda a informação existente que está dispersa na Internet sobre como compilar o kernel Linux, assim como adicionar muitas informações  novas e úteis que não foram escritas em nenhum lugar mas foram aprendidas pelo método tentativa/erros ao longo dos meus anos desenvolvendo o kernel.
Meu objetivo secreto com esse livro é trazer mais pessoas para o desenvolvimento do kernel Linux. O ato de compilar um kernel customizado para a sua máquina é uma das tarefas básicas para se tornar um desenvolvedor do kernel Linux. Quanto mais pessoas tentarem e perceberem que não existe mágica por trás de todo o processo do kernel Linux, mais pessoas estarão dispostas a se juntar e ajudar a fazer do kernel o melhor que ele pode ser.

Para Quem Esse Livro é Indicado

Esse livro é destinado a abranger tudo o que for necessário para saber a fim de compilar, customizar e instalar o kernel Linux apropriadamente. Nenhum experiência com programação é necessária para entender e usar esse livro.
Alguma familiaridade com a utilização do Linux e algum conhecimento de linha de comandos é esperado do leitor.
Esse livro não é destinado aos aspectos de programação do kernel Linux; existem vários outros bons livros listados na Bibliografia que já façam desse assunto.

Como o Livro está Organizado

Esse livro está organizado em quatro partes.

Parte I, Compilando o Kernel é constituído do Capítulo 1 ao 6 que abrage tudo o que você precisa saber sobre como obter, compilar, instalar e atualizar o kernel Linux, mais ou menos no estilo passo-a-passo.

Capítulo 1, Introdução
Esse capítulo explica quando e porque você desejará compilar o kernel.

Capítulo 2, Requisitos para Compilar e Utilizar o Kernel
Esse capítulo abrange os diferentes programas e ferramentas que são necessárias para compilar o kernel apropriadamente. Ele também abrange vários outros programas que estão estreitamente ligados ao kernel, como decidir a versão necessária dos programas e onde achá-los.

Capítulo 3, Obtendo o Kernel Linux
Esse capítulo discute como as diferentes versões do kernel se relacionam uma com as outras, onde obter o código fonte do kernel Linux e como baixá-lo da maneira correta.

Capítulo 4, Configurando e Compilando
Esse capítulo explica como configurar e compilar apropriadamente o kernel Linux.

Capítulo 5, Instalando e Inicializando a Partir de um Kernel
Esse capítulo mostra como instalar o kernel que foi compilado apropriadamente e, então, inicializar através desse kernel.

Capítulo 6, Atualizando um Kernel
Esse capitulo explica como atualizar um kernel que foi compilado anteriormente para uma nova versão sem ter que começar do zero.

Parte II, Principais Personalizações é constituído do capítulo 7 e 8, no qual descreve como configurar apropriadamente o kernel baseado no hardware prsente no sistema e fornece várias “receitas” diferentes para configurações comuns.

Catítulo 7, Personalizando um Kernel
Esse capítulo discute como personalizar o kernel para o hardware que está presente no sistema. Além disso, uma variedade de formas para determinar quais opções devem ser selecionadas e alguns scripts simples para ajudar na tarefa.

Capítulo 8, Receitas de Configuração para o Kernel
Esse capítulo explica como configurar o kernel para uma variedade de situações comuns.

Parte III, Referências do Kernel é constituido do capítulo 9 ao 11. Esses capítulos fornecem referências para as diferentes opções de linha de comando do kernel, para as opções de compilação do kernel e seleciona algumas das diferentes opções de configuração do kernel.

Capítulo 9, Referência para Parâmetros em Linha de Comando do Boot do Kernel
Esse capítulo detalhs todas as diferebtes opções em linha de comando que podem ser passadas ao kernel e o que as diferentes opções fazem.

Capítulo 10, Referência de Linha de Comando na Complilação do Kernel
Esse capítulo descreve as diferentes opções em linha de comando que estão disponíveis quando compilar o kernel e como usá-las.

Capítulo 11, Referência de Opções de Configuração do Kernel
Esse capítulo foca em algumas das mais populares e impotantes opções de configuração do kernel.

Parte IV, Informação Adicional

Apêndice A, Ferramentas Úteis
Esse capítulo introduz várias ferramentas muito boas e úteis que todos que desejam acompanhar a última versão do kernel Linux deveriam usar.

Apêndice B, Bibliografia
Esse capítulo fornece uma lista de referências úteis que você pode usar para localizar mais informações sobre compilar o seu kernel Linux.

Versão Online e Licença

Esse livro está disponível livremente sob a licença Creative Commons “Attribution- ShareAlike”, Versão 2.5. Essa licença pode ser vista em sua totalidade em http:// reativecommons.org/licenses/by-sa/2.5/. O livro completo também está disponível online em http://www.kroah.com/lkn.

Convenções Usadas Nesse Livro

Esse livro utiliza as seguintes convenções tipográficas:

Itálico – Indica programas, ferramentas, comandos e opções de comandos, pacotes de distribuição, arquivos, diretórios, nome de usuários, hostnames. Também indica nomenclatura que não usamos anteriormente e palavras enfatizadas.

Largura Constante – Indica valores usados para a configuração do kernel, também para alguns termos especiais como nomes de dispositivos. Também é usado para mostrar o resultado de comandos e o conteúdo de arquivos de texto e de programas.

Largura Constante em Negrito – Usada em exemplos para indicar comandos ou outro texto que deverá ser digitado literalmente pelo usuário.

Largura Constante em Itálico – Indica texto que você deverá substituir com os seus próprios valores; por exemplo, o seu próprio nome de usuário e senha. Quando isso aparecer como parte do texto que você deverá digitar, isso é mostrado como Largura Constante em Negrito Itálico.

#, $ - Usado em alguns exemplos como shell de prompt root (#) ou como prompt de usuário ($) sob o shell bash ou Bourne.


   - Indica uma dica, sugestão ou nota em geral.

 - Indica um aviso ou cuidado.

Usando Shell Scripts

Esse livro está aqui para ajudar você a fazer o seu trabalho. Em geral, você pode usar os shell scripts desse livro nos seus próprios scripts e documentação. Você não precisa nos comunicar para parmissão. Os principais scripts podem ser baixados do website do livro na O'Reilly Media,  http://www.oreilly.com/catalog/9780596100797. Nós agradecemos, não não exigimos, atribuição. Uma atribuição nortmalmente inclui título, autor, publicador e ISBN. Por exemplo: “Linux Kernel in a Nutshell by  Greg Kroah-Hartman. Copyright 2007 O’Reilly Media, Inc., 978-0-596-10079-7.”. Se você acha que o seu código não se encaixa no uso ou permissão acima, sinta-se à vontade em nos comunicar em:

permissions@oreilly.com.

Como Nos Contactar

Nós testamos e verificamos todas as informações contidas nesse livro ao máximo das nossas habilidades, mas você pode achar que funções mudaram (ou até mesmo que nós cometemos erros!). Por favor nos informe sobre qualquer erro que você encontrar, e sugestões para futuras edições, escrevendo para:

     O’Reilly Media, Inc.
     1005 Gravenstein Highway North
     Sebastopol, CA 95472
     800-998-9938 (nos Estados Unidoso ou Canadá)
     707-829-0515 (internacional/local)
     707-829-0104 (fax) 

Você também pode nos enviar mensagens eletrônicas. Para ser incluído em listas de email ou requisitar um catálogo, envie um email para:

info@oreilly.com

Para perguntar sobre questões técnicas ou comentar sobre o livro, envie um email para:

bookquestions@oreilly.com

Nós temos um site para o livro, onde listaremos exemplos, erratas e qualquer plano para futuras edições. Você pode acessar esse página em:

http://www.oreilly.com/catalog/9780596100797

Agradecimentos

Primeiramente, agradeço à minha maravilhosa esposa Shannon e meus lindos filhos Madeline e Griffin por sua compreenção e paciência enquanto trabalhei nesse livro. Sem seus incentivos e suporte, esse livro jamais estaria completo. Agradecimentos especiais à Shannon por me introduzir ao desenvolvimento do kernel Linux em primeiro lugar. Sem os esforços dela, eu ainda estaria fazendo algum trabalho estranho de programação ambarcada e jamais teria descoberto essa maravilhosa comunidade na qual estou trabalhando.

Meu editor, Andy Oram, por ser a força motriz por trás desse livro, transformando o livro em algo que seja, ao mesmo tempo, de leitura agradável e informativo. Suas habilidades de edição e paciência enquanto os prazos voavam foram determinantes na criação e finalização desse livro.

Também um grande obrigado vai para o editor original desse livro, David Brickner, por me dar a chance de trabalhar nesse projeto e acreditar que eu poderia completá-lo, apesar da primeira versão ter cerca de 1.000 páginas.

Os revisores técnicos desse livro foram maravilhosos, corrigindo os vários erros e indicando as omissões que precisavam ser preenchidas. Os revisores foram (em ordem alfabética)hristian Benvenuti, Christian Morgner,  Golden G. Richard III, Jean Delvare, Jerry Cooperstein, Michael Boerner, Rik van  Riel, and Robert Day. Qualquer problema pendente é devido à mim e não às excelentes habilidades deles.

Um agradecimento especial a Randy Dunlap por verificar os parâmetros de boot do kernel com um pente fino e apontar problemas naquele capítulo. Também para Kay Sievers, que me ajudou imensamente com todo o capítulo sobre a customização do kernel e que fornecer o script no final desse mesmo capítulo. Sem sua ajuda e conhecimento, aquele capítulo jamais seria possível.

E um último agradecimento especial para a minha professora de inglês da 6ª série, Sra. Gruber, por me ensinar que escrever era algo que era possível fazer e por me mostrar o prazer ao fazê-lo. Sem esse início, nada disso seria possível.

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Aguarde os próximos capítulos..

Anunciado o mascote do Ubuntu 9.10

Karmic Koala. A parte mais impactante do anúncio é esse:

O desktop terá toques de designers por todo ele - agora estamos dando inicio a um sério esforço em direção de uma nova aparência. O marrom nos foi muito útil mas o Koala está considerando novas opções.

Fonte: Ubuntu.com

Plantão Médico - Versão Linux

Se lembram daquela série Plantão Médico??? E se a série fosse transportada para o mundo Linux, como seria?? Veja abaixo a resposta:


O Blog está em marcha lenta. Sabe como é; também sou filho de Deus.
 
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